31 de março de 2010

Calma manhã

Naquele glorioso momento, pensei em algo a mais para fazer. Então, coloquei uma roupa e fui, resignado, para a padaria mais próxima de casa.

Enquanto caminhava, a brisa acariciava meu rosto, o sol, calmamente, tratava de esquentar a minha pele e eu ouvia os detalhes de uma orquestra, desconexa, que se formava ao meu redor. Eram, pelo menos, umas três espécies de pássaros. Eram mulheres conversando sobre vidas alheias, enquanto faziam solos com suas vassouras. Eram carros e muitos outros sons.

Ao chegar na padaria, dei um olá ao seu Manuel, dono do lugar, e para Janice, sua esposa, que estava atrás do balcão cortando frios.

- A senhora, por favor, aproveite para cortar algumas fatias do presunto - disse è ela, pedindo o cuidado para que cortasse-as bem finas.

Quando Janice terminou de pesar as baguetes, que vinham com cobertura de queijo parmesão, escolhi alguns itens das prateleiras, paguei a conta e saltei, da calçada da tal padaria direto para casa.

Enquanto caminhava pelo meu jardim, resolvi roubar-me algumas margaridas, que belas e simples, só elas. Abaixado, ouvi sua linda voz na varanda. "Pensei que tinha fugido", debochou. Olhei-a. Estava sentada na beira da escada, descabelada, vestindo o meu pior pijama, o mais surrado. Naquele momento, era ainda mais linda, reconheci.

Entramos, calmamente nos beijamos e tratei de trancar, novamente, a porta da sala.

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