24 de fevereiro de 2013

Meninice madura

Reconheço hoje a importância da infantilidade. Aquela que faz olharmos diferente para tudo que temos a fazer, os prazos, as discussões, as atribuições, as quitações e tudo que nos faz envelhecer cada vez mais. Percebo que o olhar de criança é a resposta que traz à tona a verdadeira função do nosso ser, a leveza que faz tudo valer a pena.

As lembranças dos cheiros são fortalezas internas que culminam em nossa verdadeira essência. O azedo que antes tanto nos encantava, de tanta estranheza, vem como um rufo de prazer incomensurável.

Tardes quentes que fazem nosso cotidiano uma festa, mesmo sem uma aparente produção, legitima a força da simplicidade, que resplandece cores, formas, texturas, sons, quinas, curvas, alturas, degraus, tecidos, olhares, cochichos, ardências, remédios, sabores e outras peripécias.

Cabe a nós viver essa magnitude chamada acaso, com a calma de uma criança que vive apenas o agora. A combinação ideal é a tranquilidade - que dá tempo-ao-tempo - com a agitação do querer viver o melhor neste exato momento, com os melhores argumentos. 

Essa é a imagem hipotética de um mundo realmente melhor.   

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