12 de março de 2017

Não existe coerência no todo

Se procurarmos nas filosofias intelectuais, religiosas, familiares, dentre tantas fontes, vamos descobrir que no final não existe um caminho exato para o trilhar da vida. Os ateus podem nos mostrar aspectos da fé e existem muitas contradições entre os religiosos. E por aí vai...

Não é defesa de causa alguma, é só perceber que se puxarmos os fios que explicam o sentido da nossa vida vamos perceber um belo emaranhado. E junte-se a isso a avalanche de informações que recebemos cotidianamente, vamos entrar num colapso de nós. Não achamos caminho exato, sem contradições, sem erros, sem ajustes.

Se observarmos um agricultor que passou a vida inteira plantando e colhendo maçãs, pesquisando sobre maçãs, sendo o o melhor em maçãs, vamos ter certeza de que ele conhece sobre aquele fruto e sabe, sob tudo, o como fazer maçãs que não deram certo, que não se desenvolvem, que pegam pragas.

Temos um instinto de realizar coisas, de falar que somos bom em algo, de sermos as melhores pessoas fazendo seja lá o que for. Se nos aprofundarmos mais um pouco, vamos entrar em contradição. É batata. Somos uma fraude. E isso mexe com o nosso ego. Fomos treinados para sermos perfeitos. Ledo engano, não existe coerência no todo.

Vez ou outra vamos nos trair fazendo o que já aprendemos que não deveríamos fazer. Todos fazem isso. E está tudo bem. O segredo é juntar a concha de retalho, desfazer alguns nós, fazer outros e deixar viver. Talvez desse processo consigamos entrar em contato com o nosso pomar de contradições, dominá-lo e, por fim, produzir nossos melhores frutos.

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